A vida é um trem
Autor: Sylvio Bazote
Autor: Sylvio Bazote
A vida é como uma viagem de trem, com
suas esperas e partidas, chegadas e despedidas nos embarques e desembarques.
Uma viagem num trem que segue sempre em frente, ignorando quando desejamos parar ou
retornar para algum ponto do trajeto.
Quando chegamos à nossa estação e
embarcamos no nosso vagão, já encontramos nele alguns passageiros. Alguns se
tornam importantes para nós e permanecem próximos ao longo de toda nossa
viagem, outros se acomodam em vagões diferentes do nosso e temos que, mesmo a
contragosto, fazer a viagem separados deles. Isso não nos impede de,
eventualmente, irmos ao seu encontro, mas não poderemos sentar ao seu lado, pois
já haverá alguém ocupando aquele lugar.
Há aqueles que permanecem no mesmo
vagão que nós, mas ao longo do percurso se tornam desinteressados da nossa
presença, focando nas paisagens ou na interação com outros passageiros, estando
ao mesmo tempo próximos e distantes.
Temos a possibilidade de procurar
outros lugares em outros vagões enquanto a viagem acontece, assumindo os riscos
de sair de uma posição já conhecida e estabelecida para talvez não encontrar um
novo lugar que nos seja confortável, com paisagens ou companhias que nos
desagradem. É sempre um risco deixar vazio o assento que ocupamos pois, não
havendo lugares marcados e garantidos, ao retornar após uma busca infrutífera
em outros vagões, talvez não consigamos retomar o antigo assento, por encontrá-lo
ocupado por outra pessoa. A escolha de nossa permanência ou não num determinado
assento é uma questão de vontade ou necessidade, e toda permanência ou mudança
envolve riscos de ganhos e perdas.
Alguns viajantes embarcam nesse trem
a passeio, outros encontram no trabalho a motivação da sua jornada.
Algumas pessoas nos deixam saudades
quando desembarcam, outras desocupam seu assento sem fazer falta.
Façamos essa viagem da melhor maneira
possível, aproveitando-a com boa disposição, tentando nos relacionar bem com os
outros passageiros, atentos às paisagens pelas quais passamos e às exigências e
possibilidades do percurso.
Não sabemos quando chegará a hora do
nosso desembarque desse trem, nem quais serão nossos companheiros até o fim de
nossa viagem.
O
ideal é agirmos de modo que, quando chegar nossa estação final, que seja leve a
bagagem que tenhamos que levar conosco e nosso lugar vazio seja motivo para
saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.
Cópia da postagem do blog HistóriaS